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Educação para a cidadania na Grécia Antiga 2 de Junho de 2009

Filed under: Uncategorized — filipa92 @ 12:19

    

     O conceito de cidadania tem raízes no modelo ateniense que apresenta a cultura como meio de assegurar a unidade. Atenas aparece como um centro cultural permitindo manifestações cívico-religiosas e a educação para o exercício da cidadania. 

     Na Grécia clássica o termo Cidadania designava os direitos relativos ao cidadão, ao indivíduo que vivia na cidade e participava activamente nos assuntos desta. Parece que Cidadania se referia a todo um conjunto de implicações que decorriam na vida em sociedade. Hoje Cidadania não se refere somente a este conceito mas também a um conjunto de valores sociais associados a deveres e direitos do cidadão.

     Numa sociedade aberta, para ensinar os jovens, e para uma boa educação, era necessário que estes se convertessem em homens cultos, corajosos, sensíveis ao belo e, sobretudo, empenhados na vida política da cidade.

     As crianças eram educadas pela mãe, no gineceu até aos sete anos. A partir dessa idade eram orientadas para os papéis e para as tarefas que mais tarde iriam assumir na sociedade. As raparigas ficavam em casa, onde aprendiam todos os deveres que competiam à mulher e os rapazes iam à escola e preparavam-se para ser cidadãos.

     O estado não interferia na educação dos jovens, deixando-a ao critério dos pais. Recomendava, apenas, que aprendessem a nadar, a ler, a escrever e a praticar exercício físico. Os mais pobres contentavam-se com estes conhecimentos, mas todos os que podiam fazer, seguiam um programa de estudos bastante mais alargado.

     O currículo era constituído basicamente pela aprendizagem da leitura, da escrita e da aritmética. Logo que dominavam estes conhecimentos, o mestre, iniciava os seus alunos nos poemas de Homero e de Hesíodo, que deveriam recitar de cor. A recitação tinha a finalidade de tornar as façanhas dos heróis, um exemplo para os jovens, ensinando-lhes a coragem e a honra e fazer com que a harmonia e o ritmo penetrassem na alma do aluno, tornando-o num apreciador de coisas belas. A poesia era sempre acompanhada de música.

     Os jovens mais abastados eram seguidos por um pedagogo, normalmente um escravo culto que os acompanhava nos trabalhos escolares. A educação intelectual era sempre complementada com a preparação física que estava ao cargo do pedotriba. Exercitar o corpo e a alma era considerado tão necessário como desenvolver a mente, pois o cidadão tinha um serviço militar a cumprir e deveria estar pronto para defender a sua pólis sempre que necessário. O desenvolvimento integral do indivíduo não pode desprezar nenhuma destas duas componentes. A preparação física continuava a partir dos quinze anos, em escolas próprias, os ginásios. 

     Nos ginásios ensinavam-se também a Matemática e a Filosofia, isto é, a “procura da sabedoria” e domínios como a ciência, a moral, a religião e a governação política.

     A educação do cidadão completava-se no exercício da vida cívica, através da participação nas assembleias, do exercício das magistraturas ou de discussões na ágora. Caso pretendessem aprofundar os seus conhecimentos, os atenienses podiam fazê-lo junto de um mestre conceituado pela sua sabedoria.

     Ao longo do século V a.C., surgiram os sofistas, professores que andavam de cidade em cidade, fazendo conferências e dando aulas, das quais se faziam pagar. Os sofistas deslumbravam os jovens com as suas lições, defendiam um saber enciclopédico e empenhavam-se no desenvolvimento do espírito crítico e da facilidade de expressão. Estes eram poucos escrupulosos, preocupavam-se mais em ensinar a “arte de convencer”, do que com a formação moral dos jovens. Por isso, durante muito tempo, os sofistas eram vistos como pessoas pouco rectas, arrogantes e superficiais.

     Hoje, reconhecemos o quanto importante foram para a criação de uma nova ordem de estudos e para o conhecimento do ser humano, como indivíduo e como ser social.

     Pode-se concluir que a democracia ateniense limitava o direito à cidadania pois apenas os rapazes eram preparados para serem cidadãos e estavam excluídos as mulheres, os metecos e os escravos.

 

 

Trabalho elaborado por:

Ana Isabel Fernandes nº3

Carolina Amaro nº7

Catarina Rodrigues nº8

Inês Pedro nº18

Mariana Semião nº23